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Restaurações antigas em Amálgama são prejudiciais à saúde e aos dentes?

04/12/2019

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A odontologia é uma área que está em permanente evolução e por isso os métodos usados em alguns procedimentos também mudam com o tempo. As restaurações são um desses procedimentos. Muito utilizadas para o tratamento das lesões de cáries, podem ser realizadas atualmente com alguns materiais dentários com conceitos estéticos, que apresentam a mesma cor dos dentes naturais, como a resina composta. Outros materiais mais tradicionais, mas que não são estéticos, ainda são escolhidos nos consultórios pelas suas características de resistência e longevidade das restaurações, como o amálgama de prata, mas em menor frequência. Todavia, essas evoluções nos materiais ainda trazem também certas dúvidas e uma das grandes discussões da odontologia atualmente é exatamente sobre a troca das restaurações em amálgama, geralmente mais antigas, e que se destacam na boca, pela cor diferente dos dentes.

 

Como funcionam as restaurações

As restaurações dentárias são realizadas para tratar dentes com lesões provocadas pelas cáries dentárias, devolver a anatomia original dos dentes e evitar que as bactérias da cárie avancem e infectem a estrutura interna do dente (polpa dentária, popularmente conhecida como “nervo”).

Para realizar o tratamento restaurador, o dentista retira o tecido cariado e amolecido do dente através de brocas e curetas especiais. Após a remoção deste tecido contaminado, fica uma cavidade no dente, que deve ser preenchida com o material dentário adequado para restaurar o dente à sua anatomia original e devolver a sua função. Dependendo da profundidade, pode ser necessário tratamento de canal antes de restaurar o dente. Há algum tempo atrás, esses preenchimentos restauradores eram feitos em sua grande maioria com amálgama de prata, um material que na verdade é uma liga de de mercúrio com limalha de prata, estanho e cobre, muito conhecido pela sua longevidade e resistência.

Uso de mercúrio

O problema é que o mercúrio é conhecido por ser um metal pesado e tóxico para o organismo humano.

É por isso que o uso desse material em restaurações e outros procedimentos odontológicos tem sido tema de debates, ainda que hoje as restaurações em amálgama já não sejam a primeira escolha por parte de grande parte dos dentistas, pelo apelo estético.

 

Diferenças entre amálgama e resina

Quem também tem trazido o tema à tona são os próprios pacientes. Muita gente tem solicitado aos seus dentistas a troca das restaurações feitas em amálgama por novas restaurações em resina, mais estéticas por serem da cor do dente natural.

As restaurações em resina têm um ganho estético considerável em comparação às restaurações em amálgama, já que a resina tem textura e cor semelhantes ao esmalte dos dentes, enquanto que o amálgama de prata se destaca negativamente por sua aparência metálica e sua cor acinzentada.

O que muitos Cirurgiões-Dentista argumentam é que o mercúrio utilizado na restauração de amálgama é utilizado em pequena quantidade e que, uma vez incorporado aos demais componentes da liga de amálgama em sua preparação, se torna inerte e não é absorvido pelo organismo.

Outro ponto negativo às restaurações feitas de amálgama é o fator ambiental, uma vez que o mercúrio presente na liga de amálgama de prata poderia contaminar o meio ambiente caso resíduos da restauração antiga não recebam um descarte adequado pelo Cirurgião-Dentista.

Mesmo com tudo isso, as restaurações em amálgama apresentam propriedades químicas que, em contato com o meio úmido da boca, ajudam a “selar” as microfendas entre o material restaurador e o dente, aumentando a proteção contra as cáries e infiltração de bactérias, além de propriedades mecânicas e de durabilidade superiores as restaurações estéticas em resina.

Apesar dos pontos negativos, as restaurações em amálgama ainda têm uma maior durabilidade do que as feitas em resina composta.

São esses fatores que fazem com que as restaurações em amálgama sejam realizadas até hoje, apesar do apelo estético desfavorável. Se você pensa em trocar suas restaurações de amálgama por restaurações estéticas, consulte o seu dentista e tire suas dúvidas. Somente assim será possível determinar se a troca de uma restauração em amálgama por uma em resina é realmente recomendável e necessária, evitando desgastes desnecessários.